Novo longa do diretor brasileiro Rodrigo Aragão, Prédio Vazio chega aos cinemas nacionais com muito sangue, gritos, efeitos práticos e a musa do terror nacional: Gilda Nomacce!
Você pode conferir minha entrevista com o diretor e os atores Lorena Corrêa e Caio Macedo no canal das Rainhas do Grito!
No filme, acompanhamos Luna (Lorena Corrêa), uma jovem que, ao lado do namorado Fábio (Caio Macedo), parte em busca da mãe desaparecida (Rejane Arruda) durante o último dia do Carnaval. Sua investigação a leva a um prédio aparentemente abandonado, mas povoado por almas atormentadas e cuidado pela misteriosa Dora (Gilda Nomacce).
Confira a crítica em vídeo:
Ansioso para assistir a esse filme nos cinemas? Conta pra mim suas expectativas e o que está esperando do novo longa. Deixa seu like, comentário e ative as notificações para não perder nenhum vídeo!
Novo filme de Steven Soderbergh chega aos cinemas nacionais pouco depois de seu anterior, Código Preto.
Presença (Presence) é uma história de assombração com alguns clichês, mas pela qual eu senti certo carinho! E ainda conta com Lucy Liu no elenco!
Confira a crítica em vídeo:
Ansioso para assistir a esse filme nos cinemas? Conta pra mim suas expectativas e o que está esperando do novo longa. Deixa seu like, comentário e ative as notificações para não perder nenhum vídeo!
Terrifier 3 (2024) chega aos cinemas com barulho. Segue quebrando recordes de bilheteria, desbancando o INJUSTIÇADO e rejeitado Coringa: Delírio a Dois (2024) e criando expectativa nos que já estavam com saudades do palhaço assassino criado por Damien Leone.
No longa, seguimos acompanhando os personagens que conhecemos em Terrifier2 (2022). Após sobreviver ao massacre de Halloween do palhaço Art, Sienna e seu irmão lutam para reconstruir suas vidas despedaçadas. No entanto, justo quando pensam que estão seguros, Art retorna, determinado a transformar sua alegria natalina em um pesadelo.
Nos momentos iniciais, o filme se perde em uma longa contextualização. A cena de abertura é chocante e divertida, envolve o Natal e crianças, já dizendo que o terceiro capítulo da franquia pode entregar de tudo, mesmo que esse tudo já esteja dentro de muito ao que já fomos expostos nos dois anteriores.
Depois dessa cena, apesar de voltarmos para o ponto exato em que o segundo filme nos deixou, há uma longa exposição de como Art e Victoria Hayes (sua já conhecida vítima e agora nova parceira) se isolaram e retornam após cinco anos dos últimos acontecimentos.
Essa parceria, aliás, é um dos pontos fracos do longa. Enquanto Art não fala nada e tem sua boa parte de seus carisma vindo de suas reações e risadas silenciosas do sofrimento de suas vítimas, Victoria fala de forma excessiva, explicando várias vezes suas motivações e desejos macabros para a protagonista, especialmente na cena do conflito final.
A verdade é que Terrifier 3 não supera seu anterior (não que a narrativa dos filmes seja necessariamente marcante), mas se segura bem nas cenas de extrema de violência e no carisma de seu serial killer protagonista. É praticamente o mesmo filme que o anterior, mas com uma roupagem de Natal e um mergulho não muito convincente no personagem e sua mitologia. Há um esforço para entendermos de onde vem e como vencer esse mal. Cá entre nós, esse jamais foi o forte da franquia e, aqui, parece ser usado mais como um apoio para que personagens já conhecidos sejam mantidos e na criação de um gancho para o já garantido próximo capítulo da história.
A maioria dos novos personagens é apresentado para morrer, o que não é incomum no terror. O núcleo da universidade em que Jonathan, personagem de Elliot Fullam, é introduzido, porém, não se conecta com a trama central, funcionando como um palco para as novas vítimas e menos como um grande motivador da história.
Sienna, interpretada pela carismática e muito competente Lauren LaVera (que é a cara da Manu Gavassi, nao é?), é a personagem responsável pela trama principal. O papel de “escolhida” para derrotar o mal é explorado em fracos flashbacks de convivência com seu pai na infância, em um alongamento da história, especialmente em sua primeira metade, que não agrada quem está mais animado para ver Art dando seu show de violência.
Art é o coração. E é por isso que a última hora do filme ganha um pouco mais de força. Com o humor como forte aliado, adoro o fato do personagem ser genuinamente apaixonado pela figura do Papai Noel, o que é revelado numa boa cena dentro de um bar. E o exagero de sangue volta ao palco com cenas que tentam ser marcantes, mas que não chegam aos pés da famigerada cena no quarto do longa anterior (cês lembram dele voltando com o sal na mão? cinema!). Visualmente melhor resolvido, a matança aqui apela para partes do corpo congeladas, ratos literalmente enfiados goela abaixo e muitos membros desconectados dos corpos. Há também uma reconstrução de uma morte bastante polêmica e criticada do primeiro filme, o momento em que Art serra uma mulher no meio, começando por entre suas pernas. Dessa vez, um homem é mutilado de forma parecida numa tentativa clara de dizer que as críticas foram escutadas e que agora Art é cruel com homens também, com um foco bastante explícito na genitália da vítima para que não haja dúvidas de que o palhaço não é tão misógino assim (spoiler: ele é).
Enquanto uma parte minha tem uma forte curiosidade de ver o que Damien Leone pode fazer com histórias diferentes, outra prefere que ele se mantenha com Terrifier, já que a criatividade não parece caminhar para muitos lugares distintos.
Vítima do próprio crescimento, a franquia parece não saber muito que rumo tomar. Pensando em mortes elaboradas, Premonição se saiu melhor em seu legado, talvez por nao querer conectar suas histórias contadas em uma mitologia complexa, que é um dos principais problemas aqui. Apesar da duração menor que a do anterior, o tempo parece passar bem mais devagar em Terrifier 3.
E uma última curiosidade: pesquisando sobre o filme, descobri que o ator Elliott Fullam tem um projeto musical meio indie bem agradável, ou pelo menos melhor do que o trabalho que entrega especialmente nesse terceiro longa (não que isso fosse muito difícil). Confere aí:
48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo Exibido na Jornada dos Autores do Festival de Veneza
Na tentativa de selecionar filmes de terror durante a Mostra, minha primeira escolha infelizmente não foi um sucesso.
A diretora e roteirista italiana Isabella Torre apresenta Basileia, longa que conta a história de um arqueólogo que explora uma tumba nas montanhas Aspromonte, no sul da Itália, e acidentalmente desperta forças ancestrais.
A premissa não é original, mas ganha pontos com foco feminino. Os personagens que precisam lidar diretamente com a força despertada são homens enfrentando essas figuras de ninfas que andam nuas pela floresta e pela cidade com um olhar frio e desinteressado pelo que está em seu caminho.
Nessa criação de atmosfera, com a luz fria e muito silêncio, o filme começa a criar identidade. As falas utilizadas poderiam não existir, indicando muito mais ações, comandos sinais de alerta do que qualquer explicação da história. A primeira fala, em uma boa sacada e só depois de alguns minutos de projeção, é de uma pessoa orando. Isso é bom, mas ao não abraçar a mitologia, Basileia se perde de forma pesada.
Em uma cena bastante desconfortável, o protagonista pergunta a um grupo de homens negros na rua se eles estão procurando por emprego, a fim de convencê-los a acompanhá-lo em sua exploração. Esse momento já indica a falta de cuidado em vários aspectos.
E esses problemas não ficam só na abordagem. Esteticamente, os seres femininos despertados são interpretados de forma caricata; as atrizes movem-se com tiques no pescoço e tremores nos ombros. Sempre que giram a cabeça, um efeito sonoro de vento sombrio é adicionado. Fica difícil se conectar.
Gosto muito de como apresentam a interação dos seres com a cidade e os últimos minutos apresentam ideias muito boas, apesar de mal exploradas. O último take é extremamente marcante positivamente. O problema é que para chegar lá, se encara um filme lento e sem acontecimentos, no pior dos sentidos.
A sequência do sucesso de 2022 chega aos cinemas pela Paramount Brasil e supera o longa anterior, dessa vez trazendo uma diva pop como protagonista. Com orçamento maior e cenas de terror bem elaboradas, o filme diverte enquanto continua falado sobre o delicado assunto de saúde mental.
Gosta da franquia Sorria? Conta pra mim! Deixa seu like, comentário e ative as notificações para não perder nenhum vídeo!
Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum o retorno de grandes clássicos do cinema com sequências, remakes, reboots e prequels. Acredito que a maioria esmagadora desses filmes apresenta uma qualidade duvidosa, mas não posso negar que boas surpresas se destacaram nessa leva. De qualquer forma, é sempre arriscado fazer esse tipo de projeto. Na última semana, um deles foi além: Apartamento 7A(Apartment 7A) chega como a prequel de O Bebê de Rosemary.
É um grande risco fazer um prequel de um dos melhores e mais lembrados filmes da história. E sinto que, infelizmente, esse filme entra numa leva de sequências que, não fosse por uma conexão ou outra, poderia ter qualquer outro nome, como o recente A Morte do Demônio: A Ascensão (2023).
No longa, Terry Gionoffrio (Julie Garner) é uma jovem dançarina que, em busca de sua ascensão profissional, é ajudada pelo casal Minnie e Roman Castevet (Dianne Wiest e Kevin McNally), enquanto vê sua vida cercada de forças sombrias durante esse caminhar para o sucesso.
Com o teatro musical presente na premissa, é espantoso como a escolha de não explorar bem esse universo foi tomada. A cena inicial parece descuidada e faz pensar numa falta de orçamento que não é real, especialmente comparada a outros momentos que vemos depois. Um destaque positivo fica para o devaneio da personagem durante seu abuso, que também é um momento bem trabalhado no original. Aqui, é o único momento em que o mergulho no teatro musical é mais ousado imageticamente, com uma bonita representação do demônio (juro!) cravejado de pedras brilhantes. Os outros devaneios se tornam repetitivos, exercendo sempre a mesma função na trama: nenhuma. Mentira, mas é sempre só para assustar por assustar.
Algumas cenas de terror parecem estar lá apenas para essa única função e ficam deslocadas até mesmo da mitologia da história, não convencendo no contexto em que estão. O mal (O MAL!) afeta muito outras pessoas que não estão relacionadas com a trama principal, como se não houvesse regras. E meio que não há mesmo. Há também cenas clichês de histórias de terror sobre gravidez, com protuberâncias na barriga, visões demoníacas do bebê (se bem que a da máquina de lavar é bem legal) e reflexos macabros nos espelhos.
Há uma cena de ensaio em que a protagonista perde o controle, que remete a uma circunstância parecida em Pânico 2 (1997), onde o momento é muito melhor dirigido e parece ser uma referência para a diretora Natalie Erika James. Falando nisso, é impossível também não lembrar de Cisne Negro (2010) quando vemos o desespero da protagonista por sua ascensão, e existe uma cena que remete diretamente ao Suspiria (2018), de Guadagnino. A diferença é, novamente, o comodismo, especialmente quando comparada a referências que chamam tanta atenção justamente por serem dirigidas com mãos pesadas. Obviamente também os dedos do estúdio parecem ter mexido fortemente no projeto por conta de suas crenças no que faria mais sentido para o público, atrapalhando a produção que a diretora tinha em mente.
O apartamento, que dá título ao filme, não é apresentado de maneira grandiosa, mas rever as locações, particularmente as externas, do original me pegou de uma maneira muito positiva. Julie Garner e Dianne Wiest também estão bem comprometidas no trabalho: a primeira é carismática e perceptivelmente se entrega ao papel; a segunda é hipnotizante, com uma voz que se encaixa perfeitamente na horrorosa Senhora Castevet. Gosto muito também da atmosfera criada durante a cena de perseguição da injustiçada Senhora Gardenia, que merecia bem mais espaço também.
A Primeira Profecia (2024) iniciou o ano como uma forte prequel e, ao lado do menos chamativo Imaculada (2024), criou esperança de uma boa leva de filmes de terror pró-aborto. Parece que toda essa parte, que renderia um Apartamento 7A mais forte, aliás, explorando as vontades da personagem de se estabelecer como uma mulher no meio de uma cena artística dominada por homens, vai sendo abandonada até parecer que nem fez parte do filme, quando especialmente na primeira meia hora apresenta cenas super fortes para pontuar o tema, como a da audição de Terry para um novo trabalho.
Por fim,o longa se aproxima tanto do original que quase vira um remake, mas infelizmente acredito que também não seria bom se fosse o caso. A conexão é escancaradamente mostrada na recriação de uma cena do original, que é até divertida de assistir, mas chega depois de toda a parte negativa que já foi entregue ao longo dos mais de 100 minutos de filme. O restante das conexões escondidas e piscadelas para o público, espalhadas pelo roteiro, também não encontram força num filme tão bagunçado.
Obs.: Não entendi direito alguns comentários raciais que o filme faz, desde a forma como a protagonista trata super bem um funcionário negro do prédio até a notícia sobre os protestos de Selma, pela garantia do direito ao voto de pessoas negras. É só para mostrar uma visão política do assunto dada a falta de personagens negros mais relevantes? Tem que ver…
Obs.2: Tem um fade to black na virada pro ato final onde eu jurei que entraria um comercial.