
Eu tô adiando há tanto tempo voltar com esse blog que tudo que eu teclo aqui, minutos antes de começar a publicar, me parece clichê. Seja pelo cansaço que a rotina de escrita acaba causando, especialmente por não ser minha ocupação principal, ou pela insegurança de ter outras pessoas lendo e pensando sobre o que eu tô falando, sempre vem a insegurança de começar a escrever e publicar.
Pra quem? Pra que? “Pra mim” parece ser uma boa (e também clichê) resposta. E vai ser isso. Obviamente que me ajuda a criar contatos, ter um portfólio de críticas e dar minha opinião (é do gay dar opinião). Mas uma vez que escrever, desde quase literalmente sempre, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, seja com os livros escritos à mão em cadernos de 96 páginas na infância, com as séries virtuais no Orkut, com os vários projetos e roteiros de séries e filmes nos últimos anos ou até mesmo com os inúmeros blogs que já comecei, “pra mim” parece um clichê que funciona muito bem nesse momento.
Fique uns bons e queridos anos escrevendo pro saudoso CCine10, que me deu muitas oportunidades bacanas, cobrindo festivais, entrevistando atores e diretores (um beijo pro Guadagnino), indo em cabines e conhecendo outros jornalistas muito legais (que sempre me fizeram afastar a ideia comum dos cinéfilos insuportáveis (que também existem, obviamente, mas que de certa forma ajudam a dar a graça do rolê todo)). Também escrevi por algumas semanas e ao lado de pessoas muito fofas (!!!) no também saudoso CineAddicition, que me ajudou a aprender a como consumir não só o que eu tava a fim e ainda por cima a escrever sobre isso.
Enfim, pela 8439ª vez e meio cansado de colocar a culpa em não ter tempo, estar esperando a ideia perfeita ou acreditar que meu negócio é outro (e é óbvio que eu vou continuar a fazer isso), volto a escrever sobre cinema, TV e o que mais der vontade sobre, especialmente relacionado à cultura pop (e especialmente sobre cinema e TV mesmo, de vez em quando com alguma ênfase em terror, temáticas LGBT+ e raciais (e às vezes com ênfase nisso tudo junto (porque eu sou isso tudo junto))).
Em um dos meus blogs, lembro do primeiro post citar pessoas, sites, séries e filmes que me inspiravam. Algumas das pessoas até viram e acharam fofo depois, me mandaram mensagem, fiquei sem jeito, um horror, uma vergonha de repetir isso. Nos textos minhas referências vão ficar perceptíveis e sempre serão citadas, mas por agora vou falar as 4 principais “coisas” que têm me inspirado a escrever mais e pra esse começo de blog vai ser isso: meu namorado, o grupo de desenvolvimento de roteiro do Centro Cultural Marieta, o site/podcast Esqueletos no Armário e a Letrux! Ontem li Contra a Interpretação, da Susan Sontag, foi de uma lindeza inspiradora também.
Hoje, algum dos 8439 stories que vi no Instagram era um post com várias frases como “seu primeiro podcast não vai ser bom”, “seu primeiro discurso não vai ser bom”… A ideia era motivar as pessoas a começar o que estão planejando mesmo que ainda não esteja no estágio idealizado. Não foi o melhor story que eu vi hoje (esse envolvia o possível cancelamento da participação da Anitta no programa da Blogueirinha), mas me mexeu um pouco (acho que foi um pouco). Eu já tinha pensado em começar o blog hoje antes de ver a imagem, que pode ter ajudado ou não, mas que mostra que um clichê no momento certo funciona muito bem mesmo.